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VIDA E OBRA

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ODILLA MESTRINER nasceu na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, em 18 de Agosto de 1928, onde sempre viveu . Era a segunda entre os cinco filhos do casal Luiz Mestriner e Marietta Fior de Lis e neta de imigrantes do norte da Itália que aqui aportaram no início do século passado, para trabalhar em lavoura de café, em busca de melhor oportunidade de vida, de trabalho e de riqueza.
Cedo descobriu o desenho e como autodidata começou a desenhar e pintar paisagens, natureza morta e retratos de familiares.
Em 1955 começou a frequentar a Escola de Belas Artes de Ribeirão Preto, onde iniciou seus trabalhos gráficos, recebendo influência e estímulo do Professor Domenico Lazzarini.
Seguiu por esta linguagem com uma técnica segura e geometricamente obstinada, desenhando suas ruas, casas, árvores e animais como pássaros, gatos, sapos e corujas.

Em 1958, realizou sua primeira exposição individual, no Hotel Umuarama, em Ribeirão Preto onde foram apresentadas pinturas e desenhos a nanquim.

Odila Mestriner

Foto: Revide


Em 1959, tivemos a oportunidade de participar da exposição individual da Odilla, na Piccola Galleria, do Rio de Janeiro e neste mesmo ano, festejar a sua primeira premiação de um desenho seu, no II Festival de Arte Moderna de Macaé, Estado do Rio. Também neste ano, fez a sua primeira exposição em sua terra natal. A partir daí, sucederam-se inúmeras exposições e premiações.

Figurou em sete Bienais de São Paulo, Pré-Bienais e em exposições de muitos museus brasileiros, onde tem obras em seus acervos e do exterior, como Estados Unidos, Alemanha e Bélgica.
Na década dos anos sessenta, mudou-se com a família para a Rua Vicente de Carvalho onde instalou definitivamente o seu ateliê.
Fez também inúmeras incursões a São Paulo, onde lá, produziu as suas gravuras.
Pudemos acompanhar a sua progressiva transformação, em suas variadas fases de seu processo criativo, tendo quase sempre presente em suas obras, o homem, como o centro do universo, estilizado, cósmico, de olhos esbugalhados e boquiaberto com o mundo caótico que o cerca.
Para a Odilla, como ela afirmava, o desenho sempre foi a sua forma de expressão preferida.
Porém, à medida que os anos passavam, com a perda de seus pais, solteira e morando sozinha por opção, ela passou a se dedicar mais profunda e intensamente em sua arte intimista, buscando no exercício de criação, de pesquiza e de elaboração minuciosa de cada quadro, o seu objetivo de vida, capaz de suplantar suas angústias, dores e sofrimentos, para eclodir no final com a alegria e a satisfação pessoal, ao término da realização de cada obra sua.
Os seus desenhos gráficos ganharam cor e muitos a experiência da colagem.
Passou a utilizar de telas, de variadas formas e tamanhos, como vimos na série “ Figuras em Procissão”, “ Os Signos do Zodíaco”, Carrocel” e outros. No “Fantástico Urbano” as figuras são aprisionadas em suas janelas e buscam através destas a libertação e a visão de um mundo fantástico.
Como uma mulher de seu tempo vivendo em um mundo em transformação e cheio de conflitos, surge em suas obras, o homem em um conceito mais amplo, com seus desejos, frustações, fantasias, solidão e desamor, refletidos nos temas, a família, ligação astral, figuras ascendentes, andantes, cosmoagonia, espantalhos e seres cibernéticos.
Em 2003 ganhou grande destaque, ao receber uma premiação da “The Pollock-Krasner Foundation”, sediada em Nova York, Estados Unidos.

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Foto: Acervo

A sua preocupação com a ecologia também influenciou o seu trabalho, isto pode ser observado na série “ Bananeiras” cujos frutos permeam em seus mais recentes trabalhos.
Suas obras já foram analizados e elogiadas por importantes críticos de arte de São Paulo e algures.
Vítima de insidiosa doença, Odilla faleceu em 10 de Fevereiro de 2009 e nos deixa muitas saudades, especialmente entre seus familiares, amigos e colecionadores e o legado de um grande acervo de suas obras, como desenhos, pinturas, gravuras e esboços, de valor inestimável e que seguramente marcarão seus passos aqui na Terra e inscreverão o seu nome na história da arte contemporânea brasileira e internacional.